terça-feira, 16 de abril de 2013

'Me curei da anorexia para ser mãe', diz Isabella Fiorentino


Bastou um simples teste daqueles de farmácia para que Isabella Fiorentino tivesse a confirmação de que sua vida não seria mais a mesma. Após dois anos de muitas tentativas e duras frustrações, a apresentadora do "Esquadrão da Moda", exibido todos os sábados pelo SBT, finalmente conseguia engravidar, só não imaginava, no entanto, que a novidade viria em dose tripla. Dona de um inegável espirito maternal, a morena de 35 anos, que venceu uma difícil batalha em 2011 para que os trigêmeos idênticos Bernardo, Lorenzo e Nicholas - gerados de forma natural - chegassem ao mundo saudáveis, hoje vive intensamente a realização de um sonho. 
Sorridente e com a elegância que lhe é peculiar, a consultora de imagem falou com exclusividade ao Terra  sobre o seu amor incondicional. “Toda vez que um deles vem em minha direção para me dar um beijo ou um abraço, sinto algo inexplicável. É como se meu coração estivesse batendo no corpo deles. É uma alegria plena", derrete-se. 














Terra - Você só superou a anorexia após ouvir de seu médico que não teria chances de engravidar devido à doença. Como foi esse momento?
Isabella Fiorentino - No final da década de 90, a moda era ser esquelética. Então, para atender a demanda do mercado, acabei perdendo o controle e caindo na armadilha da anorexia. Por isso, minhas irmãs me levaram a um especialista em transtorno alimentar. Comecei a fazer terapia e, em uma das sessões, ele perguntou: “Isabella, qual é o seu maior sonho?”. Eu respondi que era ser mãe, e ele me disse que eu tinha de tomar muito cuidado, pois com 49 quilos não engravidaria nunca. Foi aí que decidi que não queria mais continuar com aquilo, por necessidade de ser mãe. 
Terra - Como foi a descoberta da gravidez e de que você estava à espera de trigêmeos idênticos?
Isabella 
- Quando fui chamada para fazer o “Esquadrão da Moda”, desencanei de engravidar e foi justamente nesta fase que descobri por um teste de farmácia que estava à espera deles. No primeiro ultrassom, meu médico ouviu dois corações e disse que eu estava grávida de gêmeos. Só que ele pediu para eu esperar um pouco, pensei que tinha sido um engano e disse: “ah, doutor, é só um mesmo, né?”. E ele falou: “não, são três”. Eu não acreditava que estava grávida de trigêmeos idênticos. Meu marido e eu saímos atônitos da consulta.
Terra - Quais cuidados você teve de adotar durante a gravidez dos trigêmeos? 
Isabella 
- Tinha uma lista de coisas que poderiam dar errado, pois a gestação de três bebês numa única placenta tende a ser bem complicada. Corria o risco de perder os três até a 17ª semana. Após esse período, teria mais chances de ficar com pelo menos um. A partir do segundo mês, como já estava com barriguinha, tive de ficar em repouso e me mudar para a casa da minha sogra porque não podia mais subir escada. Nessa época, ganhei um andador de presente do meu marido, pois já não conseguia ficar com o corpo ereto e precisava de ajuda para me locomover. Com quatro meses, tive de ir para o repouso absoluto. Ficava deitada o tempo inteiro e só levantava para tomar banho.
Terra - No dia 1 de agosto de 2011, os bebês nasceram prematuros e, por isso, ficaram na UTI por cerca de 90 dias. Como foi essa fase?
Isabella 
- Nosso sonho era que eles nascessem com 34 semanas, mas acabamos ficando com a previsão de 30. Por isso, internei com 26 semanas. No entanto, alguns dias depois, a bolsa estourou e os meninos nasceram com apenas 27 semanas. O Lorenzo tinha 1.2 kg, o Bernardo 1 kg e o Nicholas 850 gramas. Eles ficaram quase três meses na UTI. Hoje, vejo que foi uma fase terrível, mas estava tão feliz por eles terem nascido que achava tudo maravilhoso. Chegava ao hospital às 7h e saía por volta das 21h. Conforme iam evoluindo, recebiam a liberação. Só que eles não saíram de uma só vez. E essa foi a pior parte. Quando um deles ficou em casa e os outros dois ficaram no hospital por uma semana e meia, tinha de me dividir e me sentia culpada por não poder estar com todos.
Terra - Já em casa, como era e como está sendo a rotina com os trigêmeos? 
Isabella - Minha vida em casa com eles era aquela bagunça. Amamentava o dia inteiro porque prematuro mama devagar e eram três na fila. Por isso, quando terminava de alimentar o terceiro, era quase a hora de o primeiro mamar de novo.  No início, não sabia para quem tinha dado de mamar e quem tinha trocado. Era a maior confusão, mas hoje não confundo mais, principalmente se eles estiverem andando ou de longe, porque um é mais magrinho do que o outro. Fiquei um ano e meio de licença e voltei com uma jornada de gravação bem mais reduzida. Desde que eles nasceram, tenho três babás fixas e conto com o apoio da minha mãe, que vem aqui em casa de segunda a segunda para me ajudar em tudo.
Terra - Como você se vê no papel de mãe?
Isabella 
- Sou muito zelosa, até queria ser menos, mas não consigo. Sempre acho que qualquer falta de cuidado pode virar uma gripe. Por isso, evito ao máximo que eles peguem friagem e andem descalço. Também sou rigorosa em relação à alimentação. Eles não comem nada de doce e estou torcendo para que nunca tenham vontade, pois o açúcar só faz mal ao organismo. 
Terra - Como o Bernardo, Lorenzo e Nicholas estão hoje? Com quem eles se parecem mais fisicamente e em relação à personalidade?
Isabella 
- Eles são muito pacientes e tranquilos, talvez pelo fato de terem ficado muito tempo na incubadora, dividindo a atenção com os outros bebês. Então, aqui em casa, os três são bem comportados e ainda fazem aulas de música e de artes. Fisicamente, eles são a cara do pai, a única coisa que eles têm de mim são os olhos. O Nicholas é mais tranquilo, pega um brinquedo e fica com ele numa boa por vinte minutos. O Bernardo se estiver brincando e perceber que estou por perto, já larga e vem atrás de mim ou quer o brinquedo do irmão. Já o Lorenzo, é mais carinhoso e adora colo.
Terra - Você usa a sua experiência com a moda para dar um toque especial nas roupinhas dos meninos? Tem o costume de vesti-los com modelos iguais?
Isabella 
- Para mim, é muito mais prático vesti-los iguais, senão teria de fazer uma espécie de edição dos looks deles, e isso dá muito trabalho (risos). Por isso, opto por roupas iguais, mas meu marido já está reclamando. Então, estou comprando o mesmo modelo em cores diferentes ou a mesma calça com blusas diferentes.
Terra - Você descarta a possibilidade de ter mais filhos?
Isabella 
– Não, porque quero viver uma gravidez plenamente, ter toda aquela rotina de sair, exibir o barrigão, comprar roupa de grávida e fazer o enxoval do bebê. Durante a gestação dos trigêmeos, não comprei nem uma chupeta para os meus filhos. Minha mãe e minha sogra fizeram tudo. Óbvio que não é só por isso, mas queria muito viver isso também. 
Terra - O que a maternidade mudou em sua vida?
Isabella 
- Depois que me tornei mãe, minha felicidade ficou muito atrelada à felicidade deles. Se eles não estão felizes, também não consigo ficar plenamente feliz. Toda vez que um deles vem em minha direção, me dá um beijo ou um abraço, sinto algo inexplicável. É como se meu coração estivesse batendo no corpo deles. É uma alegria plena. 


(Fonte: Terra).

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