terça-feira, 21 de agosto de 2012

“O futuro da publicidade são as redes sociais e o YouTube” diz Isabella Fiorentino



Conhecida no mundo da moda desde a década de 1990, a modelo e apresentadora Isabella Fiorentino, 35 anos, assumiu em 2009, ao lado do estilista Arlindo Grund, a versão brasileira do Esquadrão da Moda, no SBT, um dos programas mais bem-sucedidos do segmento fashion na TV aberta. Nesta entrevista, Isabella fala sobre sua relação com a publicidade e as mídias sociais, critica a “ditadura da beleza” e revela detalhes de seu mais recente projeto: uma plataforma feminina de moda e beleza hospedada no portal Terra. 
MEIO & MENSAGEM ›› Você lançou, recentemente, uma plataforma feminina no Terra. Qual é a proposta dessa ferramenta?
ISABELLA FIORENTINO ›› Eu e minha equipe sempre quisemos fazer um portal de moda. Não só de looks do dia ou de tendências, mas um espaço onde eu pudesse aprofundar o que faço no Esquadrão da Moda, que é a consultoria personalizada para cada tipo de mulher, cada tipo de corpo — e esse é o nosso diferencial. Temos ainda uma parceria com o WGSN (portal de pesquisa de tendências de moda global) e estamos sempre alimentando o site com notícias e novidades. Além disso, o portal funciona como uma ferramenta para estreitar minha relação com os meus fãs: já uso bastante o Twitter, o Instagram, mas no site existe o Bastidores da Moda, que é uma websérie onde eu mostro um pouquinho do meu dia a dia por trás das gravações do programa, de ensaios fotográficos e entrevistas. Foram feitos até mesmo vídeos na minha casa com meus trigêmeos. Para finalizar, tem o Toda Bella, que traz artigos com dicas de como não ser bonita somente por fora, mas praticar o bem, pensar em sustentabilidade, em filantropia, em agir de forma gentil. 
M&M ›› O que o Esquadrão da Moda agregou à sua experiência profissional? 
ISABELLA ›› Estou há quase 20 anos no mundo da moda, mas o Esquadrão é um universo completamente novo para mim, porque o mundo da moda do povo e o mundo da moda que se vê em revistas são completamente diferentes. Então, agora, consigo perceber quais são os desejos daquela mulher real, o que ela espera da moda, o que é financeiramente acessível para ela. Apesar de trabalhar nessa área há tanto tempo, isso eu não conhecia, não tinha essa percepção do que é styling e do que é prático para se usar no dia a dia. Essa experiência tem sido enriquecedora, não só para a minha carreira, mas para minha vida, no geral.  
M&M ›› Como você percebe a relação entre publicidade e moda? 
ISABELLA ›› A publicidade pode promover uma empresa, mostrar o diferencial de um produto e ser muito poderosa para atingir a grande massa, mas para isso ela tem de entender muito bem seu público-alvo, e a moda já faz isso. Tanto uma quanto a outra têm de entender o consumidor final, a classe social na qual ele se insere, o que aquela pessoa quer. Os dois segmentos andam juntos. 
M&M ›› Das campanhas que você estrelou, com qual você mais se identificou? 
ISABELLA ›› A última que fiz foi muito bacana, da Riachuelo para o Dia das Mães. O conceito tem uma sacada incrível, que é a imagem da mãe real, mas que continua deslumbrante e na moda. Porque tem muita mulher que vira mãe e fica mais descuidada em relação à aparência. Eu achei que tem tudo a ver comigo, porque tenho três filhos, mas sempre fiz questão de encontrar um equilíbrio em relação a isso: brinco com meus meninos, rolo no chão com eles, mas continuo prezando pela minha vaidade e gostando de me arrumar e me vestir bem

 M&M ›› Tem algum comercial que marcou sua vida? Qual? 
ISABELLA ›› Tantos foram importantes! Da Ortopé, que era uma casinha em formato de bota; da Bala de Leite Kids, que tinha um daqueles jingles que não saem da cabeça; do D.D.Drin, de dedetização de baratas; do chocolate Lolo, que tinha uma vaquinha como mascote; do Suflair, no qual o chocolate flutuava...Acho que o mais recente é o Pipoca com Guaraná, do Guaraná Antarctica (campanha de 1991, criada pela então DM9). 
M&M ›› Que tipo de campanha você nunca faria?  
ISABELLA ›› De cigarro e bebida, porque não usaria a minha imagem para vender alguma coisa que eu não acredito e não gosto. Não bebo e não fumo, então nunca estrelaria nada desse gênero. 
M&M ›› Como você enxerga a publicidade atual? 
ISABELLA ›› A publicidade, hoje, está seguindo por um caminho inusitado, que são as mídias sociais, e isso mudou totalmente o cenário que vinha sendo traçado até então. Pelo que vejo, às vezes, funciona muito mais investir em uma campanha em redes sociais ou em um viral no YouTube do que anunciar no horário nobre da novela ou na revista de maior circulação. Acredito que esse seja o futuro para a publicidade. 
M&M ›› Qual sua opinião sobre sacrifícios em prol da estética aos quais as pessoas se submetem? 
ISABELLA ›› Hoje, a medicina cosmética é muito desenvolvida e vejo meios de se conquistar um corpo e um rosto bonito de forma menos invasiva. O problema é que, atualmente, as mulheres não aceitam envelhecer de jeito nenhum, acabam perdendo um pouco a noção e exagerando. Elas querem ficar com o rosto igual ao da capa da revista, mas lá tem tantos recursos, tanto Photoshop, que às vezes até eu mesma me pego olhando para uma imagem minha e pensando “Nossa, como eu queria ser assim, ter essa pele.” E isso é perigoso! Sou, sim, a favor dos procedimentos estéticos, mas acho importante utilizá-los na hora certa. Tenho 35 anos, uso laser no rosto e cremes cheios de tecnologia, faço massagens, depilação definitiva, adoro essas coisas. Só que vejo muitas meninas de 28 já aplicando Botox e paralisando a expressão do rosto. No final das contas, tudo é válido contanto que a pessoa se sinta bem, mas, particularmente, acho melhor a mulher fazer uma plástica na hora certa, depois dos 50, do que esse exagero precoce. Linda é a mulher que se cuida, que come bem, que é saudável. 
(Fonte: Meio & Mensagem).

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